não tem como eu não me imaginar na universidade, lendo algum manifesto artístico dos anos 20, ouvindo Paolo Nutini e me perguntando:
poderia um homem sentir tanto assim?
» // sim, eu descrevi uma cena cult da minha pessoa. mas essa imagem se despedaçaria em um litrão barato no bar uma hora depois. não se engane // «
o foco aqui não sou eu, mas o Paolo Nutini. quando era mais jovem, eu queria poder sentir o que o Paolo Nutini, John Mayer, Chester, Fernando Anitelli sentiam.
e reparem que usei a palavra: poder sentir. nasci em 1993, na minha criação, ser durão era coisa de homem. então aprendi a resistir, ao invés de sentir.
mas eu sentia. sentia tanto que vazavam emoções na caneta, no lápis, no computador, nos flertes, nas falas, nos trabalhos de escola, nos desenhos no caderno. só que não era visto.
as emoções do Paolo Nutini, John Mayer, Chester e do Fernando Anitelli eram vistas e aplaudidas.
Antes da torcida
Eu me identificava com o que eles escreviam, outras pessoas também, e todos nós torcíamos pelo sucesso do Paolo Nutini, John Mayer, Chester e do Fernando Anitelli, porque quando eles davam certo, eu validava que podia sentir e me sentia feliz: eu tinha encontrado a minha tribo.
Anos passaram, amadureci, mudei de opinião, mas por muito tempo torci por uma versão minha que encontrou inspiração em alguns nomes.
E reparem que destaquei alguns termos:
- Identificação
- Pertencimento
- Inspiração
Essa tríplice se constrói com uma comunicação vulnerável e transparente: que mostra o lado A e B da marca.
Essa tríplice se constrói com trocas próximas com as pessoas: você compartilha dos valores, ideias, contextos e histórias.
Essa tríplice se constrói com você sendo o exemplo: ir na frente, defender as pessoas que te acompanham, abrir novas possibilidades.
A identificação te dá certeza que você está no lugar certo.
O pertencimento faz você se sentir seguro onde está.
A inspiração te move para realizar o sonho.
E quando todos estão comprometidos com a mesma visão, acontece esse efeito lindo: a torcida.
Um caso que acompanhei
Faz mais de 1 ano que sou mentor da Rafaela Vidal e nesse meio tempo vivemos muitas histórias: de crises existenciais, hackers a uma nova forma de se relacionar com as redes sociais.
Essa evolução é documentada e compartilhada abertamente nos perfis da Rafa no youtube [vlog nosso juntos] e no instagram.
Essa evolução virou conteúdo, virou produto, virou um processo construído com a audiência, e como resultado recebeu a torcida.
Dá uma olhadinha nesses comentários nos posts da Rafa:
Existe uma consistência em quem se é e o que se fala:
Quando a Rafa dá certo, quando o Bota na Rua dá certo, isso é uma prova para gente e para vocês que esse tipo de vida é possível e queremos preservar isso, por isso, torcemos.
A torcida é um resultado positivo da conexão criada pela identificação, pertencimento e inspiração.
[Lembrete] Tem data para a nova turma do 0 aos 1000 fãs verdadeiros - lista de espera aqui.
eu amo ainda fazer parte dessa tribo e torcer pelo sucesso de cada pessoa aqui